As ações contra a violência contra a mulher acontecem o ano todo, mas o agosto lilás (aniversário de 19 anos da Lei Maria da Penha) reforça essa pauta da capital ao interior. Por isso, em Jucurutu, o Ministério Público(MPRN) participou da semana do agosto lilás da cidade com temáticas sobre a atuação de proteção de mulheres vítimas de violência doméstica.
O objetivo da agenda foi abordar com profundidade as causas da violência de gênero. As ações são direcionadas a servidores públicos do município e alunos de escolas locais, a usuários do Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, seus familiares e o público em geral. A intenção é promover a conscientização como forma de prevenção da violência, a partir dos conhecimentos abordados nos momentos formativos, que trouxeram temáticas transversais da violência, sob diversas óticas, complementares entre si.
Nos encontros, a promotora de Justiça Beatriz Azevedo falou sobre como o MPRN atua na proteção das vítimas. “O Ministério Público atua diariamente em diversas frentes para proteger as mulheres vítimas de violência. Neste evento em Jucurutu, tivemos a valiosa oportunidade de apresentar nossa atuação preventiva e repressiva nos casos de violência, capacitar os participantes e encerrar com êxito o Agosto Lilás” declarou.
Nos dias 26, 27 e 28, a abertura do evento foi realizada por crianças estudantes da Escola Municipal Joel Lopes de Medeiros do município de Jucurutu no âmbito do Projeto Curta Jucurutu, que realizaram uma apresentação teatral sobre os tipos de violência contra a mulher e seus danos a todo o nucleo familiar.
Na terça-feira (26), a Chefe do Setor de Autocomposição do MPRN, Evelyne Cerqueira, falou sobre a “Justiça Restaurativa como forma de prevenção à violência doméstica” e como diferentes círculos podem ser estabelecidos para prevenir, educar e cuidar. A capacitação foi direcionada para servidores públicos de Jucurutu.
“A justiça restaurativa pode atuar na prevenção dessa violência com círculos de construção de paz para levar diálogos importantes como a masculinidade tóxica. Outra possibilidade são círculos reflexivos para o homem, que são autores dessa, gerando reflexão e responsabilização, além de círculos de apoio para a mulher, para construir um espaço seguro e apoiá-la”, declarou Evelyne.
Além disso, houve também palestras sobre o “Protocolo de atendimento médico e notificação compulsória nos casos de violência doméstica” e a “Violência contra a mulher no ambiente de trabalho: ações preventivas de curto, médio e longo prazo”, ministradas pela médica do Instituto Santos Dumont de Macaíba, Sabrinna Machado, e a advogada Mariana de Siqueira, respectivamente.
Na quarta-feira (27), a Delegada de Polícia Civil da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Caicó (DEAM-Caicó), Manayra Monteiro, ministrou palestras para jovens alunos, com o tema “Quebrando Ciclos de Violência”.
Na quinta-feira (28), encerrando a semana de formação, houve palestras sobre os temas “Conhecendo o Trabalho da Patrulha Maria da Penha”, “MPRN: Proteção às vítimas e possibilidades de atuação junto ao agressor”, ministradas pela Promotora de Justiça, Beatriz Azevedo, pela equipe da patrulha Maria da Penha, além das Assistentes Sociais do CAPS e do Hospital Municipal, Regiane Alves e Denise Melo, abordando o acolhimento à mulher nos atendimentos de saúde, inclusive quanto ao adoecimento mental da mulher e da família vítima de um ciclo de violência doméstica.
Segundo a Promotora de Justiça Beatriz Azevedo, “foi muito gratificante presenciar a interação de diversos setores da sociedade municipal no aprendizado sobre tantas questões que atravessam a violência doméstica contra uma mulher. A sociedade agradeceu a participação sempre presente do MPRN na busca por mudanças sociais e pela efetivação de direitos”.
