A favor da PEC da Bandidagem, Flávio Bolsonaro é humilhado: “rabo preso não aguenta discussão”; veja

Revista Fórum – Filho de Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi humilhado ao tentar lacrar se colocando contra o relatório de Alessandro Vieira (MDB-SE) que enterrou a PEC 03/2021, conhecida como PEC da Bandidagem.

A proposta de blindar parlamentares contra processos criminais – que teriam que ter aval das casas legislativas para ter início – gerou uma onda de indignação e colocou o Brasil nas ruas no último domingo (21).

Flávio, no entanto, se colocou contra o fim da tramitação da PEC – que havia sido aprovada na Câmara em conluio dos bolsonaristas om o Centrão – alegando a velha narrativa de que o Brasil não vive uma “democracia plena”.

“E a maior prova de que nós não vivemos mais numa democracia plena, tá aqui, salta os olhos de quem quiser, basta deixar a hipocrisia de lado. Hoje, a realidade é que você tem a esquerda autorizada a mentir, perseguir com discurso de ódio, com facadas, com tiros e a direita censurada de falar, de espernear e de defender os seus próprios direitos ou de denunciar abusos de autoridade”, afirmou.

Em seguida, atacou o relator, lembrando que, em 2019, Vieira chegou a protocolar um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, mas que agora se coloca ao lado do governo porque o ministro estaria querendo “dizimar a direita”.

“Não é à toa que nós estamos discutindo essa PEC aqui hoje, presidente. E a maior prova de que a hipocrisia tá reinando nesse debate é ver o PT dizendo que é contra a corrupção”, concluiu Flávio.

Citado, Alessandro Vieira pediu a palavra, explicou a suposta contradição apontada pelo colega e impôs uma verdadeira humilhação ao filho de Bolsonaro, que usou da influência do pai no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para trancar a investigação sobre o esquema de corrupção das rachadinhas quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.

“Então, ao falar sobre hipocrisia, é preciso que cada um de nós coloque a mão na sua própria consciência e ninguém é isento de erro. Como o senhor disse muito bem, o dito popular baiano, e os ditos populares nos socorrem bem às vezes. Só não muda de ideia quem não as tem. Então é natural que você tenha uma mudança de opinião. Não é natural tentar se aplicar uma narrativa quando ela não corresponde aos fatos, repito, documentados”, disse Vieira.

Em seguida, ele chamou atenção ao chororô dos bolsonaristas sobre os propagados “abusos do Supremo que, segundo ele, não acontecem.

“E por que que isso não acontece, senhor presidente? De novo, usando da linguagem popular para ser mais claro para quem nos escuta. Quem tem rabo preso, não aguenta essa discussão. Quem tem medo de investigação, não aguenta fazer enfrentamento correto com o judiciário. Prefere as narrativas”, afirmou.

“Falar, até para papagaio fala. Fazer, faz quem tem coragem e capacidade. Por isso a referência que fiz elogiosa a coragem de vossa excelência. Por isso faço questão, senhor presidente, de registrar que esse é um momento histórico e não é o primeiro, não será o último com fé em Deus, onde você tem aqui na comissão a orientação pública de PT e PL favoráveis ao relatório. Pelo encerramento dessa PEC, que é absurda, é vergonhosa”, conclui Vieira.

Ao final do debate, o relatório enterrando a PEC da Bandidagem foi aprovado por unanimidade por todos os partidos presentes, incluindo o PL de Flávio Bolsonaro e o União, de Sergio Moro (União-PR), que fez coro ao filho do ex-presidente.

 

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